sábado, 3 de janeiro de 2015

A lembrança dos dias passados Ah! Quem me dera ser como eu fui nos meses passados, como nos dias em que Deus me guardava! Quando fazia resplandecer a sua candeia sobre a minha cabeça, e eu, com a sua luz, caminhava pelas trevas; - Jó 29. 2 e 3 (28/08/2014)

 Jó. Um nome que é sinônimo de fidelidade, simplicidade, integridade, justiça, bondade, honestidade, paciência, amor... Um ser único. Muitos almejam ser como Jó, mas a falha começa justamente nos predicados...  Jó era fiel ao Senhor em tudo: Na adoração e nos cultos.  Não preparava mega eventos para adorar a Deus. Era um simples adorador oferecendo seus sacrifícios e Deus os aceitava, pois via nele um coração sincero. Para ele, o dinheiro que possuía pouco importava.  Jó era um homem integro, tanto na relação familiar quanto na relação com os seus empregados. Por tudo isso, é um exemplo de servo do Senhor que todos nós deveríamos imitar: Em todos os requisitos. Mas, que falar da sua paciência? Jó pacientemente prostou-se em terra e esperou a providência divina. Muitos cristãos já perderam a paciência faz tempo. Querem tudo a tempo e a hora e não tem paciência ou... Fé para esperar no Senhor. Por isso, muitos planos são desfeitos e tudo, tudo dá errado. Até casamentos precipitados fracassam, relações familiares são rompidas, pois a pressa é inimiga da perfeição.  Os homens comuns não conseguem chegar próximo disso e os homens espirituais não enxergam. Nos dias atuais, viver como Jó é um pouco difícil, reconheço, mas não é impossível. Basta apenas deixar Deus dirigir os passos e a adoração flui naturalmente. Assim era Jó... O homem espiritual não guarda em si a mesma fé e maturidade de Jó.  Ser servo do Deus Altíssimo é abster-se de muitas coisas tidas como essenciais no conviver diário. Alguns perdem a compostura cristã com muita facilidade. Perdem o pé de apoio. E depois ficam queixando-se dos dias passados. Jó queixava-se por motivos óbvios: Ele achava que o Senhor o havia abandonado, mesmo vivendo no centro da vontade do D’Ele, o que não era verdade. Havia uma questão espiritual: Satanás não aceitava a boa vida de Jó. Satanás não aceitava a riqueza desse homem especial, tanto material quanto espiritual e, por isso, questionou Deus sobre isso. O diabo não aceitava a verdade de Jó, a sua integridade diante de Deus. Assim como ele, muitos cristãos são levados à presença de Deus pelo Inimigo de nossas vidas a fim de ter permissão D’Ele para afligi-los. E outro tanto não conseguem envergonhar o Bajulador e aceitam a bandeja oferecida. Voltar aos tempos de glórias é tudo que o cristão quer. Mas se perder algum bem, não pensa como Jó: "Nu saí do ventre da minha mãe, e nu tornarei para lá. Deus me deu, e Deus tirou; bendito seja o nome do Senhor" (Jó 1, 20-21). Essa foi a declaração de Jó. Essa deve ser a nossa declaração de fé. Jó sou eu e você, mas há uma diferença: Jó tinha temor a Deus. Nós oramos, pregamos, cantamos, evangelizamos, mas o louvor é para o Senhor ou para nós mesmos? Jó era sincero no que fazia. E nós? Quando somos sinceros, se mentimos para o Senhor até quando estamos cantando?  Jó se lamentava dos dias passados porque não imaginou um dia sequer que o Inimigo atravessaria o seu caminho. Santa inocência! A preocupação dele, vinte e quatro horas, é barrar-nos o caminho para não alcançarmos a salvação. É tão bom quando estamos nos braços do Senhor! Parece estarmos no paraíso... E Jó sentia falta disso e em seu lamento clama ao Senhor por misericórdia. Lembra-se da sua mocidade com Deus. Mas, o Senhor não o abandonou! O Senhor continua ali pertinho dele. Às vezes acontece com a gente a mesma coisa. Achamos que Deus está à milhas de distância e Ele está ali pertinho de nós... Olhando para nós com olhos de amor e misericórdia, nos guardando e guiando nossos passos... Oramos, clamamos e nada. Nem as folhas das árvores se mexem.  As nossas orações não recebem respostas. Tudo é silêncio. Mas, Ele adora trabalhar em silêncio...  E Jó estava ali, sentado sobre as cinzas, em silêncio, somente ele e Deus numa silenciosa intimidade, quando de repente, aparecem três amigos que, com a desculpa de visitá-lo e compactuar com a sua dor, desfiam comentários divergentes sobre Deus.  Mas Deus estava com as Mãos estendidas sobre Jó. Apesar de ter concedido o pedido a Satanás, o Senhor o guardava. O segredo? Jó em momento algum blasfemou.   Em momento algum abriu a sua boca para julgar os atos de Deus. E a sua mulher? Em desespero de alma despeja em cima de Jó toda a sua desesperança. Ela não via motivo no seu marido para vê-lo sofrendo dessa maneira. Ela o amava e Deus sabia o tamanho do seu amor. Ela amava também ao Senhor. Ele também sabia como o seu coração estava N’Ele. E quando ela abre a boca e grita: Ela não diz “Amaldiçoa a Deus e morre”, mas ela diz “Abençoa a Deus e morre”. No idioma original (no hebraico) a mulher de Jó disse “Barech Elohim”. Mas, o que significa “Barech Elohim”? Barech significa “abençoar, bendizer, louvar”, segundo o Dicionário Hebraico – Português e Aramaico-Português. A razão de Deus não a ter castigado juntamente aos amigos de Jó era porque essa mulher era uma adoradora. Mas, Jó a repreende por sua falta de esperança, por entregar os pontos antes da luta. Jó a reprende por não enxergar além do que os olhos dele via: “Pois eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra(19. 25). Essa foi a razão da sua repreensão, nada mais que isso. E, se fosse de outra forma, se ela tivesse falado aquelas palavras e o Senhor a perdoasse, assim como não perdoou os amigos do seu marido e pediu que ele orasse pelos tais, a Bíblia estaria em contradição. A família de Jó, ele, a esposa e os filhos eram adoradores. E Deus concedeu o perdão, após a oração e, visto que o coração de Jó continuava o mesmo, orando sem questionar, como muitos de nós fazemos, não? O Senhor restitui tudo o que Jó perdera: Sua riqueza, sua saúde e, sua mulher é amplamente abençoada com outros filhos e filhas tão lindos quanto os primeiros. Não somos diferentes. Podemos ser como Jó e sua família. Basta olharmos para o Senhor e mantermos o foco na esperança que ele tinha: Eu sei que o meu Redentor vive... E que por fim se levantará sobre a terra.
Que o Senhor os abençoe abundantemente.
Amém!!!


  

quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Vestida de lágrimas-GeraldoSantos -26/09/2005

 Ela chegou vestida de lágrimas. Parou diante de mim e não aguentou: Derramou-se numa tempestade de tristezas, tormentos e angústias e com os olhos vermelhos... Eu apenas ouvi, por instantes, o desabafo. Depois, lentamente, estendi as mãos trêmulas e medrosas com receio de que negasse o meu auxílio. Ela não negou. Mas também não o aceitou e falou... Disse tudo o que estava na alma. Secou as nuvens de tristezas que cobriam o coração e sorriu. Sorriu com esperança de um dia melhor. Sorriu pra vida. E o seu sorriso abriu-se para o mundo como uma flor que se abre para o sol: Totalmente se entregando ao carinhoso calor da alegria, da paz, do amor... Desnudou-se da tristeza e se vestiu de alegria, doando a todos a radiante felicidade que saltava dos seus olhos. Foi assim, num dia triste que se tornou alegre. Sim, porque alguém resolveu mudar. E essa mudança fez um milagre. O milagre do amor. O milagre que nós temos a esperança que um dia aconteça... Um dia pensamos viver esse milagre, mas, por enquanto, parece apenas um sonho. Talvez um delírio de adoslescente-quase-adulto que via as coisas acontecendo como um turbilhão. Mas, passou a euforia: Crescemos. Agora somos adultos-quase-velhos, com esperança de nada ou tudo. Será que tem volta? Ah! Se tiver, eu quero novamente a alegria de me enganar, de acordar de manhã e sorrir “pr’o” dia, sem pensar como será o amanhã. Brincar de futuro no presente, ser criança grande: Jogar bolinha de gude num quintal imenso, maior que dez estádios de futebol, soltar pipa, balão, pular amarelinha com as meninas, brincar de roda com elas, garrafão, ferrinho, pique-esconde... Ah! Se tudo isso voltasse... Hoje é só videogame, internet, computador, mp3, mp4... E outras coisas piores... Não há lugar para a fantasia, não há lugar para os sonhos. E com isso a dor vai aumentando: Dor de não ter, dor de não ser... E dói... E nem lágrimas temos pra chorar as nossas angústias, nossas tristezas. Dá vontade de pedir emprestadas as lágrimas da moça. Pra chorar tudo ou chorar nada. Pra chorar o vazio. Chorar tudo e ela ouvir sem falar nada. Eu não sei o que fazia chorar sua tristeza. Só sei da minha. Minha dor, minha angústia, minhas neuras... Sou egoísta. Mas, a situação é que me faz assim. O mundo é de quem vence: Como diria Machado de Assis: Ao perdedor as batatas... Ou as lágrimas. Simples assim. A única coisa que ficou foram as lágrimas e elas não custam nenhum imposto. É só derramá-las.   

Tolerância modificada-13/12/2014

 Com os novos parâmetros criados pela ANVISA, fico preocupado. Se antes havia a preocupação com a higienização completa dos alimentos, hoje isso não existe. A tolerância aos índices de até 3% em alguns casos é de estarrecer. Nós, doravante, pelos novos critérios, vamos comer pelos de rato, asas de insetos e outras “imundícies” que serão toleradas. Agora, e os fabricantes? Eles acatarão esses índices ou não? Lembro-me de que certa época revenderam botijões de gás com 10 kg por causa de um racionamento do produto. Atualmente, com raras exceções, a botija vem com 13 kg. Porque isso? Por falta de vergonha! O ideal seria uma tolerância “0” para que, se escapassem alguns resíduos de sujeira, era até aceitável, o que não é o caso agora dessa nova política que o Orgão regulador está tomando com a resolução 14/2014. O texto diz que o objetivo é estabelecer “disposições gerais para avaliar a presença de matérias estranhas macroscópicas e microscópicas, indicativas de riscos à saúde humana e/ou as indicativas de falhas na aplicação de boas práticas na cadeia produtiva de alimentos e bebidas”.   Entram na relação derivados do tomate, chocolate e achocolatados, geleia de frutas, café torrado e moído e chás... Isso é preocupante. Daqui pra frente, ao comprarmos um enlatado podemos encontrar uma lagartixa ou algo pior, no interior do vasilhame, e nada poderá ser feito contra o fabricante. Ele estará coberto pela lei. 

Com os novos parâmetros criados pela ANVISA, fico preocupado. Se antes havia a preocupação com a higienização completa dos alimentos, hoje isso não existe. A tolerância aos índices de até 3% em alguns casos é de estarrecer. Nós, doravante, pelos novos critérios, vamos comer pelos de rato, asas de insetos e outras “imundícies” que serão toleradas. Agora, e os fabricantes? Eles acatarão esses índices ou não? Lembro-me de que certa época revenderam botijões de gás com 10 kg por causa de um racionamento do produto. Atualmente, com raras exceções, a botija vem com 13 kg. Porque isso? Por falta de vergonha! O ideal seria uma tolerância “0” para que, se escapassem alguns resíduos de sujeira, era até aceitável, o que não é o caso agora dessa nova política que o Orgão regulador está tomando com a resolução 14/2014. O texto diz que o objetivo é estabelecer “disposições gerais para avaliar a presença de matérias estranhas macroscópicas e microscópicas, indicativas de riscos à saúde humana e/ou as indicativas de falhas na aplicação de boas práticas na cadeia produtiva de alimentos e bebidas”.   Entram na relação derivados do tomate, chocolate e achocolatados, geleia de frutas, café torrado e moído e chás... Isso é preocupante. Daqui pra frente, ao comprarmos um enlatado podemos encontrar uma lagartixa ou algo pior, no interior do vasilhame, e nada poderá ser feito contra o fabricante. Ele estará coberto pela lei.