Havia uma
festa. Nos momentos finais dessa festa o rei Assuero, já bastante alterado pela
bebida desenfreada, queria mostrar a sua rainha aos príncipes, talvez para
despertar a inveja deles, pois ela era uma mulher muito bela. Mas, a rainha
Vasti recusou-se a se apresentar ao rei, pois ali no recinto pomposo estavam
todos bêbados pelo consumo desenfreado
e irrestrito de álcool (Et 1:7, 8) que não era incomum nessas ocasiões. O que o rei
queria era entreter os seus convidados com a presença da rainha, presença essa
totalmente masculina e bastante embriagada e ela não estava disposta a
servir de espetáculo. O rei não aceitou e, incentivado por conselheiros, a
destituiu do cargo, isto é, divorciou-se dela e buscou no império, algumas jovens
lindas e virgens. Assuero, pelo visto, não tinha muito amor por sua esposa. Só
em pensar em ridicularizá-la pelos príncipes e depois, ao ouvir os conselhos,
deixa claro que não tinha amor pela esposa. Isto abriu caminho para Ester. Ela
não foi voluntariamente ao palácio do rei. A convocação se deu por decreto
real. A jovem Hadassa nem de longe poderia supor que a sua estada na Babilônia
iria salvar o seu povo. A razão por Mardoqueu não deixar a menina revelar a sua
origem era para salvaguardar a sua vida ali na imponente Susã. No palácio havia
jovens de diferentes partes do império e, cada uma delas tinha o propósito ou
sonho de se tornar a rainha daquele império ou, na pior da hipótese, favorita
do rei. Guardar segredo, nesse caso, foi o melhor conselho que ela recebeu,
pois a prudência é uma virtude. A história não conta, mas, pode ter acontecido
muitas armações entre elas tentando derrubar a possível oponente. Rivalidades
nesse tipo de seleção são muito comuns nos dias atuais, que dirá naqueles
dias... Ao se tornar rainha, através do
primo Mardoqueu, descobre o complô contra os judeus, e imediatamente convoca,
através dele, três dias de jejum e oração para poder chegar ao rei. Mesmo assim
com certo receio, pois havia trinta dias que o rei não a chamara. Missão cumprida,
ela se apresenta ao rei. Apesar do livro de Ester não
mencionar o nome de Deus, Ele está implicitamente ligado a cada ação do povo
ali no cativeiro e, por que não dizer, na vida da jovem judia. Tudo o que
transcorreu naquele lugar foi na direção do Senhor e na glorificação do Seu
nome. Todos os atos, até o mais simples foi direcionado por Deus, pois Ele
preparou a situação e o seu povo decidiu agir. Em todo o livro vemos a Mão de
Deus guiando as atitudes daqueles que estão dispostos a não ceder à luta. Ester
e Mardoqueu mostraram que num mundo que respirava idolatria, a fé em um único
Deus pode fazer a diferença. Ao sentir que a prima estava reticente, Mardoqueu
então lhe responde: “... Não imagines no teu
íntimo que, por estares na casa do rei, escaparás só tu entre todos os judeus.
Porque, se de todo te calares neste tempo,
socorro e livramento de outra parte sairá para os judeus, mas tu e a casa de
teu pai perecereis; e quem sabe se para tal tempo como este chegaste a este
reino? (Et 4:13,14)”. Lembremos-nos de Ester, como um
instrumento nas mãos de Deus a fim de livrar o povo hebreu da destruição iminente.
Todos nós somos instrumentos de Deus e, mesmo que às vezes Ele fica em silêncio
e não responde de imediato as nossas orações, Ele está bem perto de nós nos
ouvindo e nos guardando. Devemos estar preparados, pois não sabemos o momento
que Ele vai nos usar para os Seus propósitos. Hadassa foi para Susã sem saber
ao certo o porquê e pra onde estava indo, mas Deus, onisciente, já tinha tudo preparado.
Em Todo o tempo Ele está presente pra livrar o Seu povo. Mesmo quando muitos de
nós pensamos que não está perto Ele está bem presente. Ester contribuiu para
que a nação judaica não fosse aniquilada no cativeiro babilônico. Deus, em sua
Presciência, providenciou um fato veraz importante: A continuação do Seu povo
dentro da Babilônia e, consequentemente a sua preservação. E, por gerações e
gerações, Ester é reverenciada como a mulher que, se expondo ao risco, deixou a
fé falar mais alto.
Que o Senhor os abençoe abundantemente.
Amém