terça-feira, 31 de maio de 2011

É necessário que ele cresça e eu diminua. João 3.30

A frase, pronunciada por João Batista denuncia humildade. Em nenhum momento houve, no coração do profeta, a mais leve intenção de se colocar no lugar de Cristo. No Cap.1, quando questionado, ele respondeu: Eu não sou o Cristo... Eu sou a voz do que clama no deserto... E de outra feita: Este é aquele que vem após mim, que foi antes de mim, do qual eu não sou digno de desatar as correias das sandálias (Jo 1.20,23 e 27). Por aí percebemos como João Batista se considerava: insignificante. Para ele, Jesus Cristo sempre estava em primeiro lugar. Diferentemente de nós que queremos todas as atenções e holofotes voltados para o nosso orgulho, João Batista se manteve na retaguarda após a aparição pública de Jesus. Muitos perdem posição diante de Deus por procurarem a todo custo os primeiros lugares. Como é triste vermos alguns ministros do evangelho bradando: eu sou, eu faço, eu aconteço... Conheci um que tinha essa postura: perdeu casa, família, ministério... Deus está de olhos atentos sobre nós e dá-nos bênçãos segundo o nosso proceder, a nossa conduta. Deus exalta o humilde, mas, abate o soberbo.
É muito fácil crescer em cima das idéias de outros, mas arcar com as conseqüências dos atos não é tarefa para esses, querem o prato pronto. Tem-se que obedecer a ordem das coisas: Se foi chamado para uma tarefa especifica, aprimore-se nela e siga o chamado. A Palavra de Deus nos diz em Rm 12.6, 7 e 8: De modo que, tendo diferentes dons, segundo a graça que nos é dada: se é profecia, seja ela segundo a medida da fé; se é ministério, seja em ministrar; se é ensinar, haja dedicação ao ensino; ou o que exorta, use esse dom em exortar; o que reparte, faça-o com liberalidade; o que preside, com cuidado; o que exercita misericórdia, com alegria.
O mundo está cheio de pavões: têm a cauda linda de causar inveja aos outros pássaros... Mas, quando olham para baixo... Ficam decepcionados com a aparência dos pés. A Igreja de Cristo não precisa de “pavões” se pavoneado nos púlpitos. Precisa sim, de homens simples que tragam o evangelho de Cristo gravado no coração para salvação das almas aflitas; precisa daqueles que deixam Deus falar aos corações e não se colocam no lugar D’Ele. Esses sim, são dignos de honra. Não aqueles outros. Atualmente, nas Igrejas (Entenda-se congregações) vemos muitos aplausos para “Jesus”. Pura hipocrisia! Depois de uma oratória “digna aos próprios olhos”, pedem um aplausos para (eu, nas entrelinhas) Jesus. Simples assim: E, se a igreja aplaudir (porque ela vai aplaudir), tomo a aclamação. Mesmo que intimamente e, enquanto os aplausos soam no plenário da Igreja, dou uma disfarçadinha tomando um pouco de água para que ninguém perceba o meu estufar de peito, satisfeito com a minha performance.
João Batista era um homem simples. O seu desejo e missão era preparar o caminho para o Messias. Não almejava nada, além disso. Quando Jesus fosse anunciado ao mundo ele sairia de cena, o que realmente aconteceu um pouco depois. O profeta era veemente nas pregações: Arrependei-vos, pois é chegado a vós o reino de Deus (Mt 3.2). Ele queria dizer: Revejam os seus conceitos, pois o Messias já está às portas. Mudem de atitude enquanto é tempo. E quando via os fariseus e saduceus que vinham ao seu batismo arrematava: Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira futura (Mt.3.7)? Falta aos obreiros de hoje, a coragem, abnegação e humildade de João Batista. Coragem, para pregar o evangelho em toda sua essência, abnegação para se despir do seu eu e se entregar a uma causa e, humildade para não se sentir como o “rei da cocada preta” no fim da pregação.
Hoje, o que queremos é agradar as massas para ficar no auge. Transmitir palavras vazias de unção, mas cheia de plumas para que no amanhã de nossas vidas, aqueles que nos ouvem nos alcem aos píncaros da fama. Isso não encontrava lugar no coração do profeta João Batista. O que estava ali, sim, era preocupação com as almas afastadas de Deus e carentes de uma intimidade com Ele. Por isso a urgência da mensagem; por isso a veemência das palavras, o que falta em alguns pseudo-pregadores.
A afirmação do profeta “É necessário que Ele cresça e eu diminua”, soaria hoje como utopia aos ouvidos dos irmãos no plenário da igreja, tamanha a distancia entre o fato e o ato. O que eu quero é crescer, me tornar grande, se possível, um gigante. Diminuir nunca... Essa é a intenção de alguns. Felizmente a maioria não é assim...
Que o Senhor te abençoe e te guarde,
Amém!!!

Nenhum comentário: