A pergunta soa como um deboche. Como desprezo.
Eles, os fariseus não pronunciam o nome Jesus. Eles sequer dizem: “Quem é esse
sujeito? Quem é o cara? Ele não se diz Filho de Deus, porque faz essas coisas indignas
de um enviado de Deus”? Na realidade, o que Jesus estava fazendo era
simplesmente mostrar a eles o que o Pai estava realizando todos os dias a todo
o momento: Os sãos e sábios estavam cheios de Deus, estavam transbordando... Não
precisavam D’Ele... Receber alguém e compartilhar uma refeição era, na cultura
judaica, uma demonstração de completa solidariedade e familiaridade. Em
seguida, Jesus conta três histórias: A da ovelha perdida, a dracma perdida e o
filho pródigo. Três histórias que demonstram o grande amor de Deus pelos seus
filhos: Assim como o pastor que sai em busca da ovelha perdida, Deus sai em
busca daqueles que não O conhece e, para essa tarefa, usa a igreja e seus
missionários; assim com a mulher procura diligentemente a dracma perdida, Deus
procura aqueles que se perderam no caminho. E procura diligentemente até
encontrar. Para isso move céus e terra.
E o filho pródigo? Quando sentiu no seu coração voltar para casa depois
de esbanjar toda a sua herança e quase comer a comida dos porcos, volta. Do
pensamento a ação... Segundos. E seu pai, ao ver de longe... Talvez todos os
dias alongava os olhos na imensidão para ver se enxergava a silhueta do seu
filho... Correu e o abraçou. Deus nos abraça de maneira única. E só sente o
abraço carinhoso quem está em comunhão com Ele. O abraço do Pai é forte e
delicado, cheio de amor... Mas, nós estamos muito atarefados e mergulhados em
nós mesmos, com nossos problemas, nossos planos... E não deixamos espaço pra
Deus agir, nos abraçar e ser Um em nós. Queremos o Pai, mas O afastamos de nós
e vivemos perdidos como a ovelha, a dracma e o filho pródigo, buscando as
coisas materiais em contraposição as coisas espirituais. O Pai está ao alcance
de nós, mas não O alcançamos, nem chegamos perto, por isso sentimos frio... O
frio das incertezas. Será que tudo isso é verdade? Será que existe um Pai
amoroso a nos buscar dia e noite e, esperando de nós um mínimo de adoração,
fica na expectativa? O Pai não está à procura tão somente de adoradores, mas de
servos fiéis também. Parece fora de contexto, mas existem servos fiéis que não
são adoradores e adoradores que só adoram dentro da igreja, fora dela... Misericórdia!
Por isso, Jesus proferiu essas parábolas. Ele queria contar muito mais que
simples histórias... Ele queria nos colocar frente a frente com o Pai. Ele
queria nos tocar como somente Ele sabe: Com amor. E mesmo lendo as parábolas e
narrativas bíblicas, ficamos sem entender. Onde está o Pai? Porque está
distante? São perguntas que fazemos no desespero da alma, quando O buscamos e não
obtemos respostas. Mas, Ele está tão próximo de nós! Tão em nós e nos enganamos
em busca de ilusões! A ovelha perdida, o pastor a encontrou... Ferida... Amarrotada...
Desanimada... Quase morta. Colocou-a nos ombros e a trouxe com imenso amor.
Quantos de nós nos sentimos dessa maneira? Machucados, desnutridos
espiritualmente, quase mortos... E Jesus, com paciência nos traz de volta ao
aprisco. E ali, com esmero cuida de nós. E a dracma? O filho pródigo? Nós
pecadores nos identificamos com a ovelha perdida, nos identificamos com a
dracma e nos sentimos como pródigos. Mas, Jesus nos escolheu a nós e nos trouxe
nas mãos ao Pai. E o Pai nos abraçou todo cheio de amor, nos beijou em nossa
vergonha e nos fez herdeiros do trono com o Seu Filho Jesus. Quanto amor
desperdiçados por nós! Quantas oportunidades de comunhão plena jogados no lixo!
Deus está aí a menos de um palmo de você. Abra os braços para Ele e verá
envolve-lo um caloroso abraço que nunca antes sentiu em sua vida. Dê-se essa
chance.
Que o Senhor o abrace nesse dia e o abençoe
como nunca: Abundantemente.
Amém