“Quando Israel era menino, eu o amei; e do Egito chamei a meu
filho”. (Os. 11.1)
O carinho de Deus por Israel, independente da sua
índole obstinada, era indescritível. Com paciência e amor conduziu-o pelo
deserto... Vemos nesse amor entre Deus e Israel, o amor de um pai amoroso para
com o seu filho querido. Mesmo que esse filho se rebele ele sempre o amará.
Assim é Deus com Israel. O castigo viria com certeza, como todo pai que castiga
o seu filho e o ensina os bons princípios, mas em ambos os casos, o amor persistiria.
Para chamar a atenção do povo, Deus usa o profeta como exemplo. E escolhe para
ele uma mulher desprezível, indigna, uma meretriz... Difícil para Oséias? Como
o Senhor sentiu em seu coração a traição de Israel? Do mesmo modo que a mulher
de Oséias, Israel foi atrás de outros deuses para adorar. Deixou o Deus que o
tirou do cativeiro e o conduziu pelo deserto com mão forte, com sinais e
maravilhas e o traiu com os baalins... E Gômer foi seduzida do mesmo jeito... O pecado quando atrai, ele não vem com
enfeites horrorosos, vem com enfeites chamativos para tirar o foco do
individuo. O pecado cega o entendimento... Após trair seu esposo, o deixa com
dois filhos e uma filha e volta para a vida de pecado. Oséias, pesaroso e cheio
de amor, a busca na lama do pecado sem resultado. Assim Deus vai atrás de
Israel, mais por ser fraco e subjugado, enquanto as nações a sua volta eram
imponentes e voltadas para a idolatria. Mas Deus não
escolheu nenhum deles. Deus não escolheu a nação forte. Deus não escolheu a nação
rica... “Escolheu uma criança frágil, escrava no Egito, uma criança
desprotegida e só, que fabricava tijolos sem palha na sua terrível servidão e derramou
sobre ela seu amor e bênçãos (Êxodo 3)”.
Só que Israel
tinha uma herança: Abraão, amigo de Deus. E como Abraão guardava os
ensinamentos recebidos, esses ensinamentos foram passados por várias gerações
até chegar àquele povo obstinado e rebelde. Ainda que muitos não se lembrassem do Deus de
Abraão, alguns com certeza guardavam no coração a esperança de liberdade. Israel
era o povo de Deus e, como Seu povo, Ele os guardava. E amava... Israel era uma nação ínfima diante das
grandes potências da época. Um povo pobre e sem atrativos, mesmo assim, foi
alvo do amor do Pai. Um povo esquecido no meio da poeira e da lama... Ainda
assim, o Senhor estende as mãos e o levanta do pó da sua indignidade. Como um
pai que ama os seus filhos e os defendem dos perigos, assim é o Senhor para com
Israel. Assim como um pai faz planos de um futuro melhor para os seus filhos,
assim é o Senhor para com a Sua Igreja. Amor incondicional... O que significa
este amor incondicional? “É tão divino que nós humanos temos dificuldade até na
compreensão desta expressão... É compaixão, compreensão, perdão, tolerância,
desapego... É relevar com compaixão: As mágoas, as injustiças, as decepções...”
O Senhor conduziu o seu povo por quarenta anos de murmurações e rebeldias,
mesmo assim o amou com imensurável amor, perdoando os seus pecados, relevando
suas murmurações e fazendo inúmeras declarações de amor: “Todavia, eu ensinei a andar a Efraim;
tomando-os pelos seus braços, mas não entenderam que eu os curava. Atraí-os com cordas
humanas, com laços de amor, e fui para eles como os que tiram o jugo de sobre
as suas queixadas, e lhes dei mantimento” (Os. 11.3,4). Só um
Deus Infinito agiria dessa forma. Mas, mesmo assim Israel continua tentando ao
Senhor. “Não voltará para a terra
do Egito, mas a Assíria será seu rei; porque recusam converter-se. E cairá a
espada sobre as suas cidades, e consumirá os seus ramos, e os devorará, por
causa dos seus próprios conselhos”. (Os. 11.6 e 7) E o Senhor, após
várias tentativas de aproximação com o Seu povo para restaurá-lo como nação,
finalmente sela o seu destino. E o Reino do Norte é levado cativo para a
Assíria e nunca mais seria o mesmo. E por fim, na plenitude dos tempos, enviou
o Seu filho, Jesus Cristo para morrer e reconciliar o Seu povo disperso. Mas
Israel ainda terá uma chance: "Assim,
pois, também agora neste tempo ficou um resto, segundo a eleição de graça” (Rm.
11. 5).
O Senhor os abençoe
abundantemente.
Amém!!!