Os bancos das igrejas estão cheios de guerras,
pelejas, cobiças, invejas, etc... Ninguém vê, mas estão ali escondidos debaixo
de semblantes às vezes, carregado de consternação. Não conhecemos os nossos
irmãos nem o que passa em seus pensamentos, por isso, às vezes, há um
distanciamento na comunhão entre si. Muitos estão ali procurando uma
aproximação verdadeira, outros, buscam satisfação própria e outros ainda, estão
ali apenas como curiosos. O Espírito Santo nos mostra, através do apóstolo
Tiago, o que realmente estava acontecendo na igreja de Jerusalém. Às vezes, as
brigas, guerras e contendas não são contra ninguém mais que nós mesmos.
Guerreamos em nosso interior por muitos dilemas: Uma hora é a falta de emprego;
outra é a desunião em família; outra é o salário curto; outras vezes um irmão
recém-chegado na igreja, oriundo do submundo, aceita a Cristo e, logo depois
recebe uma oportunidade e estando lá na frente cantando, ficamos com inveja ou
até mesmo contra quem lhe deu a tal da chance de estar ali. Esquecemo-nos que
quem dá as oportunidades é o Espírito Santo de Deus. Ele sonda os nossos
corações e sabe quem é quem nos bancos da igreja. Às vezes também, são questões
que, naquela época eram culturais. Judeus e gentios discutiam costumes. Costumes
esses definitivamente elucidados no Concilio de Jerusalém. Como o apóstolo
enuncia em sua epístola, vêm de nós mesmos, do nosso interior. Como somos
cobiçosos e invejosos! Não alcançamos de Deus as graças porque estamos com o
coração cheio de imundícias do mundo lá fora. Esquecemo-nos também (e é o
principal): Há uma batalha espiritual tremenda a nossa volta. Se pudessem ver
com os olhos espirituais, muitos não se susteriam de pé ou até enlouqueceriam
ante a visão tremendamente fora da nossa compreensão humana: São anjos e
demônios numa luta eterna para proteger cada um de nós, servos do Deus
Altíssimo. Eu vi! Fiquei uma semana de boca aberta tentando entender a visão. Não
conseguia dormir direito, pois acordava sobressaltado! Eu era novo convertido e
essa experiência muito me valeu... A vida cristã não é brinquedo novo de
criança. É coisa seriíssima e dessa seriedade depende a nossa salvação. Os
crentes de Jerusalém, como já disse, disputavam muitas coisas entre si, pois
havia pessoas de costumes diferentes no rol de membros... Havia diferenças de
cultura, o modo de vida, etc. Hoje não é diferente. Hoje temos muitos
questionamentos. Ainda hoje, não aceitamos os diferentes modos de pensar de um
e outro. Mas, ao invés de deixar o culto fluir em nós, ficamos observando os
nossos irmãos: Como vivem, como se comportam... E nos esquecemos de nós mesmos.
Por falta do que fazer, metemos o nariz na vida do próximo e não cuidamos da
nossa. Estamos nos esquecendo de que
somos a igreja da última hora e que podemos perder tudo em poucos segundos. Quando
provados mostramos realmente quem somos. As provações servem para nos fazer
crescer, mas não as aceitamos de pronto. Ficamos questionando o tempo todo e
perdendo as oportunidades que Deus nos coloca à frente. O tempo que perdemos
guerreando contra nós mesmos e contra os nossos irmãos é o tempo em que deveríamos
estar de joelhos em oração por nós e por eles. Que benção, pedir e receber! Só
que estamos tão embevecidos em criticar, em observar, em fazer julgamentos
vazios que esquecemos o principal: Saber pedir e pedir com o coração entregue
ao Senhor. Mas os nossos olhos estão
fechados... Fechados para Deus. Se abríssemos os nossos olhos veríamos coisas
inefáveis, como diria o amado irmão Paulo, de Tarso. Mas, as coisas do mundo
são por demais fascinantes e não nos deixam perceber a presença de Cristo, o Seu
perfume, a Sua voz... Porque? A televisão com suas novelas, filmes e programas
são levados para o culto nos pensamentos dos membros. A internet anda em nossas
mãos, nos celulares, tablets e smartphones. Sem contar que esses aparelhos são
levados para o culto e com seus sons estridentes, ao chamar em plena pregação,
tiram a atenção de todos. Tudo isso, misturados a outros problemas, transformam
uma reunião gospel numa batalha espiritual interna e sem limites. E aí, começam
as guerras, começam as pelejas. O nosso eu quer sair e ir embora, fugir dali
não sei pra onde, mas o Espírito Santo ainda nos dá uma chance... Chance de
recomeçar. Chance de voltar aos primeiros rudimentos da fé. Será que
conseguiremos? Ou será que abandonaremos tudo o que passamos por amor a Cristo
e voltar atrás? Nós somos humanos e como humanos temos as nossas dificuldades
de aceitação no primeiro momento. Mas, que tal sermos crianças? A Bíblia nos
exorta a ser como elas. Elas aceitam-nos de coração aberto sem reservas, sem
julgamentos... Vamos tentar imitá-las? Só assim acabam-se as pelejas e guerras,
as disputas em nosso meio: Quem prega melhor, quem canta e ensina melhor, quem
dirige melhor o culto... Tudo isso esvazia a nossa ânsia de chegarmos a Deus.
Onde vamos parar? Aceitamos a Cristo para vivermos em Cristo ou para disputar
posições? O nosso alvo é o céu ou não temos alvo algum? Como crentes em Cristo
temos deveres e o principal deles é um mandamento do Senhor: Amar ao próximo
como a si mesmo...
O Senhor os abençoe abundantemente,
Amém!!!